Resex Rio Preto do Jacundá regenera naturalmente 2,4 mil hectares
setembro 17, 2020
Em uma unidade de conservação de 94 mil hectares em Rondônia, pelo menos 2,4 mil deles estão sendo regenerados naturalmente pelo governo do estado e pelas dez famílias que vivem a região. Esses últimos são moradores da Reserva Extrativista (Resex) Rio Preto do Jacundá e trabalham para garantir o máximo que podem o isolamento da área e impedir que ela seja desmatada diante da pressão por terras na região.
Faz dois anos que o território sofre com os riscos da grilagem e exploração ilegal de madeira, mesmo dentro de uma Unidade de Conservação e protegido por lei. A vegetação em regeneração que agora ocupa a área retorna um pouco a cada dia graças ao trabalho da comunidade. “A própria floresta tem uma tendência natural muito boa de regeneração”, comentou o presidente da Associação dos Moradores da reserva, José Pinheiro.
Ainda de acordo com Pinheiro, o território sofre bastante pela exploração de madeira, agricultura e pecuária. “Algumas áreas foram desmatadas para dar abertura ao estoque de madeiras em pátios. Chegamos a confrontar algumas pessoas que estavam fazendo a retirada ilegal de madeira, e tivemos êxito nas atuações”, disse. A comunidade que vive na Resex também participa de algumas ações de apoio a áreas ribeirinhas em risco.
A região em recuperação está sendo monitorada atualmente pela Secretaria de Estado do Desenvolvimento Ambiental de Rondônia (SEDAM-RO), em parceria com o projeto Paisagens Sustentáveis da Amazônia (Amazon Sustainable Landscapes, ou ASL Brasil na sigla em inglês), além da fiscalização dos órgãos ambientais do estado. O processo de regeneração natural, diferente da restauração por plantio direto por exemplo, tem a vantagem de ter um baixo custo e respeitar o tempo da natureza de se recompor. Mas é preciso equilibrar a biodiversidade das espécies nativas com o plantio de mudas e nutrição do solo.
Sobre o ASL Brasil
O Projeto Paisagens Sustentáveis (ou Amazon Sustainable Landscapes – ASL, em inglês) é um esforço multissetorial para aumentar as áreas protegidas, melhorar a gestão de Unidades de Conservação e aumentar a área sob restauração florestal e manejo sustentável na Amazônia brasileira.
A iniciativa no Brasil atua nos estados do Acre, Amazonas, Pará e Rondônia, apoiando e fomentando políticas que buscam garantir a implementação de instrumentos de uso sustentável para apoiar a conservação de áreas protegidas e garantir a manunteção de serviços ambientais.
A iniciativa é financiada pelo Global Environment Fund (GEF) com aporte de US$ 60,33 milhões no Brasil até 2024. Tanto a Conservação Internacional (CI-Brasil) quanto o Fundo Brasileiro para a Biodiversidade (Funbio) são agências executoras do projeto no Brasil. O projeto conta com coordenação do Ministério do Meio Ambiente (MMA) e tem o Banco Mundial como Agência Implementadora.
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Inaê Brandão – Coordenadora de Comunicação
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