CI-Brasil na COP28: Soluções lideradas localmente para impedir o ponto de não retorno da Amazônia

dezembro 3, 2023

Dubai, 03 de dezembro de 2023 - No domingo (03), a Conservação Internacional (CI-Brasil) participou do painel “Soluções lideradas localmente para impedir o ponto de não retorno da Amazônia”no pavilhão Nature Positive. Em parceria com representes da Conservação Internacional Peru (CI Peru); Coordenação das Organizações Indígenas da Bacia Amazônica (COICA); Federação Nativa do Rio Madre de Dios e Afluentes (FENAMAD), Peru; e do Ministério de Assuntos Externos de França, o debate girou em torno de soluções lideradas localmente para a construção de um futuro seguro para o clima que equilibre produção e conservação.

“Precisamos cuidar das áreas que são as reservas vitais do planeta. Sao únicas e representam 75% do carbono estocado do planeta. 30% das soluções para a crise climática estão na natureza. Se pensarmos na quantidade de água que se produz na Amazônia por um dia, é o que a cidade de Nova York precisa em um ano”, considerou Luis Espinel, vice-presidente da CI Peru.

Os esforços são focados em evitar o estado chamado pelos cientistas de ponto de não retorno da Amazônia. Estudos apontam que se a Amazônia perder entre 20% e 25% de sua vegetação, a floresta irá passar por mudanças irreversíveis e pode se tornar uma espécie de savana. Isso trará consequências catastróficas para as pessoas da região e para a estabilidade climática de todo o planeta.

Povos indígenas são grandes aliados nesse caminho da conservação. Terras indígenas apresentam as taxas mais reduzidas de desmatamento e degradação florestal e a menor emissão de CO2 dentre as distintas categorias de áreas protegidas. Em 2021, apenas 2,5% de toda a destruição na Amazônia ocorreu dentro de territórios indígenas. Esses territórios são fundamentais para a reprodução física, social e cultural dos povos indígenas. Além de garantir um direito constitucional aos povos, demarcar novas áreas é uma ação efetiva de combate ao desmatamento, medida necessária para a conservação da biodiversidade regional e global.

“Quando o investimento é facilitado e vem direto para nossa comunidade, conseguimos gerenciar as melhores maneiras de defender a nosso território. É realmente sobre defender vidas também, os povos tradicionais são perseguidos e eles historicamente são os defensores da floresta. Para nós é um grande trabalho proteger e nossa Amazônia. É um trabalho que fazemos mão a mão, defendendo os territórios e trabalhando para a conservação da floresta”, disse Alfredo Vargas, presidente da FENAMAD.

 

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