Amazonas recebe Missão Técnica de Supervisão do projeto Paisagens Sustentáveis da Amazônia

julho 19, 2024

Encontro contou com Seminário Técnico e visita às comunidades que receberam apoio do projeto 

 
Manaus, 19 de julho de 2024 - Visando o acompanhamento em campo de algumas ações do Paisagens Sustentáveis da Amazônia (ASL Brasil), a Conservação Internacional participou da Missão Técnica de Supervisão do projeto, organizada pela FGV Europe e Secretaria de Estado de Meio Ambiente do Amazonas.  O evento, que aconteceu entre os dias 8 e 12 de julho, mobilizou parceiros e realizou trocas de experiências, aprendizados e realinhamento de estratégias futuras para o novo ciclo. 

Como parte da programação oficial, o Seminário Técnico do projeto Paisagens Sustentáveis da Amazônia iniciou a agenda do dia 08 de julho. Na ocasião, a CI-Brasil e parceiros apresentaram as ações e resultados gerais da execução da primeira fase do projeto e perspectivas para as próximas. Representantes dos estados do Acre, Amazonas, Pará e Rondônia trouxeram suas experiências no campo da regularização ambiental, gestão de unidades de conservação, cadeias produtivas e fortalecimento institucional em cada estado. Michele Mamede Rocha, Gerente de Projetos da Conservação Internacional, falou sobre o impacto que o projeto causa no campo da conservação, manejo e restauração, ressaltando o papel das instituições na promoção das políticas. 

“Ficou evidente o papel do projeto para a construção e promoção de políticas que fortalecem comunidades e estimulam a geração de renda por meio da sustentabilidade. No estado do Amazonas, por exemplo, os acordos de pesca e planos de gestão apoiados pelo ASL Brasil foram essenciais para as comunidades locais conseguirem mudar de uma economia que antes derrubava árvores para ações mais sustentáveis, como o turismo de base comunitária, que incentiva a floresta de pé”, afirmou Michele. 

>>> Visitas de Campo 

As contribuições do Paisagens Sustentáveis da Amazônia para as políticas do estado do Amazonas ressaltaram a importância dos recursos aquáticos para a floresta. Foram 13 Acordos de Pesca apoiados visando o manejo pesqueiro da região e a mitigação de conflitos, em especial para a regulamentação da pesca esportiva do tucunaré e pacu, espécies muito visadas na região. 

Viceli Siqueira da Costa foi uma das lideranças participantes do Acordo de Pesca do Lago do Acajatuba, a 56 quilômetros de Manaus. De acordo com ele, os planos de gestão que foram construídos com o apoio do projeto são essenciais para garantir a continuidade de espécies muito buscadas na região. "O acordo veio discutir regras para garantir que a pesca esportiva, comercial e de subsistência tenham seu devido espaço, tempo correto e que os peixes possam se multiplicar em áreas específicas, onde é proibida a pesca. Quando tiramos demais acaba. Então, o Acordo de Pesca nos ajuda a olhar para essas questões, para organizar a pesca aqui no lago do Acajatuba”, explica. 

Segundo a secretária adjunta da Secretaria de Estado do Meio Ambiente, Fabrícia Arruda, outro apoio importante e complementar aos acordos são os Agentes Ambientais Voluntários (AVV). “O AAV é um programa que forma lideranças comunitárias em Unidades de Conservação (UC) ou áreas de Acordos de Pesca, visando a multiplicação de educação ambiental em comunidades locais”. Em 2023, com o apoio do ASL Brasil, foram formados 59 agentes nas áreas dos Acordos de Pesca do município de Barcelos, a 399 quilômetros de Manaus. 

A comitiva do projeto visitou as comunidades de Nova Esperança, Nova Aliança, Três Unidos, Nossa Senhora do Perpétuo Socorro e Comunidade do Jaraqui entre os dias 9 e 12 de julho. As atividades tiveram como foco o monitoramento dos acordos de pesca, educação ambiental e formação dos agentes ambientais voluntários, turismo de base comunitária, planos de gestão e monitoramento de quelônios, todas apoiadas pelo projeto ASL Brasil. 

 

>>> Próximos passos 

Durante a missão, o Comitê Operativo do Projeto aprovou o Plano Orçamentário Anual (POA) 2024/2025 referentes à Fase 2 do projeto, no valor de R$ 25 milhões. O POA foi construído com base nas demandas de cerca de 50 organizações atuantes nos territórios envolvidos. "Este POA traz avanços estratégicos importantes para esta nova fase: aumento dos recursos a serem investidos em capacitações, educomunicação e na gestão integrada da paisagem. Isso demonstra uma mudança na visão do projeto sobre o que consideramos importante", afirmou o chefe de gabinete e supervisor dos Projetos ASL Brasil (fase 1 e 2) da Secretaria Nacional de Biodiversidade, Florestas e Direitos Animais, do Ministério do Meio Ambiente e Mudança do Clima, Carlos Eduardo Marinelli. 

Sobre o ASL Brasil

Visando reverter o cenário da crise climática e contribuir com a conservação e restauração da Amazônia, o Ministério do Meio Ambiente e Mudança do Clima (MMA) coordena o Projeto Paisagens Sustentáveis da Amazônia (ASL Brasil), executado pela Conservação Internacional (CI-Brasil), Fundo Brasileiro para a Biodiversidade (Funbio) e Fundação Getúlio Vargas (FGV Europe), em parceria com Instituições de Meio Ambiente Nacionais e Estaduais.   

O ASL Brasil se insere no Programa Regional ASL, financiado pelo Fundo para o Meio Ambiente Mundial (GEF) e implementado pelo Banco Mundial (BM), que inclui projetos no Brasil, Bolívia, Colômbia, Equador, Guiana, Peru e Suriname. Juntos, visam melhorar a gestão integrada da paisagem na Amazônia. 

 

Contatos para imprensa

Inaê Brandão – Coordenadora de Comunicação
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