[CI-Brasil na COPCLIMA] Financiamento e sustentabilidade da Amazônia é tema de painel durante a COP29

novembro 13, 2024

Conservação Internacional esteve presente com atores do governo e setor privado discutindo experiências e caminhos para o financiamento climático 

Baku, 13 de novembro de 2024 – Nesta quarta-feira, 13, durante a durante a Conferência das Nações Unidas sobre as Mudanças Climáticas (COP29), em Baku, representantes da sociedade civil, líderes governamentais e representantes do setor privado se reuniram no espaço do Consórcio da Amazônia Legal, para debater as formas mais eficazes de financiar a preservação e a recuperação das florestas tropicais, com foco especial na Amazônia. O painel denominado “Amazônia Solução Climática: Mecanismos Financeiros para Catalisar um Futuro Sustentável” foi promovido pelo Instituto de Pesquisa Ambiental da Amazônia (IPAM) e moderado pelo Diretor Executivo do instituto, André Guimarães.  

Participaram do painel Mirey Atallah, Chefe de Adaptação e Resiliência do PNUMA, Helder Barbalho, Governador do Pará e Presidente do Consórcio da Amazônia Legal, Mailza Assis, Vice-Governadora do Acre, Paulo Teixeira, Ministro do Desenvolvimento Agrário e Agricultura Familiar, Liège Correia, Diretora de Sustentabilidade da JBS Brasil, Taciano Custódio, Representante do Rabobank e Mauricio Bianco, Vice-Presidente da Conservação Internacional (CI-Brasil). Durante o painel, os participantes apresentaram exemplos de ações que estão sendo realizadas no Brasil para enfrentar os desafios climáticos e conservar a Amazônia.  

Um dos principais pontos abordados foi a descompasso entre o compromisso assumido pelos países desenvolvidos e o volume real de financiamento destinado aos países em desenvolvimento. Nos acordos realizados durante a COP21, sistematizado no Acordo de Paris, países ricos prometeram investir 100 bilhões de dólares por ano, mas uma grande parte desses recursos não se materializou. “A natureza pode oferecer até 30% das soluções para a crise climática, mas atualmente recebe apenas 3% do orçamento global destinado ao clima. Ao mesmo tempo, as comunidades locais e os povos indígenas, que conservam cerca de 80% da biodiversidade do planeta, recebem apenas 1% desses investimentos”, destacou Mauricio Bianco, vice-presidente da CI-Brasil durante o evento. 

Bianco também falou sobre novos mecanismos financeiros, como o TFFF (Tropical Forests for Ever), uma iniciativa liderada pelo governo brasileiro, em colaboração com outros países da Bacia Amazônica, do Congo e da Indonésia. Este mecanismo visa garantir o financiamento de ações de conservação e restauração de florestas tropicais, complementando os créditos de carbono e de biodiversidade. Além disso, o painel discutiu a proposta do Debt Swap (Troca da Dívida), um modelo em que países endividados podem negociar a redução de suas dívidas por meio de metas climáticas e compromissos de conservação.  

O vice-presidente da CI-Brasil também destacou a importância de envolver o setor privado no financiamento de soluções climáticas exemplificando modelos de negócios inovadores que podem ser replicados para gerar impacto positivo, especialmente em áreas como a bioeconomia, os chamados Blueprints. "Temos como exemplo os produtos da Belterra, Tobasa e Coomflona, todos provenientes da Amazônia, e com um enorme potencial de replicabilidade. Eles podem gerar uma fonte de recursos ao serem comercializados, ao mesmo tempo que ajudam a combater as mudanças climáticas", afirmou o vice-presidente da CI-Brasil. 

O painel também ressaltou a importância de uma abordagem multissetorial para enfrentar os desafios climáticos. A colaboração entre governos, setor privado e sociedade civil é fundamental para criar soluções escaláveis que possam transformar a realidade da Amazônia e de outras regiões tropicais. 

 

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