Conservação Internacional participa de workshop sobre Pesquisa no Oceano Profundo
março 19, 2025

Créditos: Divulgação INPO
Evento realizado pelo Instituto Nacional de Pesquisas Oceânicas (INPO) reuniu especialistas para discutir lacuna no conhecimento do oceano profundo e grande potencial brasileiro
Rio de Janeiro, 19 de março de 2025 – A Conservação Internacional (CI-Brasil) participou nesta terça (18) e quarta-feira (19) do Workshop Internacional sobre Pesquisa no Oceano Profundo, promovida pelo Instituto Nacional de Pesquisas Oceânicas (INPO) em parceria com a fundação Ocean Quest. O evento reuniu pesquisadores nacionais e internacionais para compartilhar conhecimento científico disponível sobre o oceano profundo da Cadeia Vitória-Trindade (CVT) e discutir as bases para uma expedição científica planejada para o segundo semestre de 2025.
Um consenso do workshop foi o grande potencial do Brasil para pesquisar sobre mar profundo. Natali Piccolo, Diretora de Conservação Marinha e Costeira da CI-Brasil destacou a importância das cooperações e parcerias para garantir ações contínuas e decisões governamentais baseadas em evidências. “Os ecossistemas de mar profundo são chamados de ‘a próxima fronteira’, é como se conhecer o espaço. É algo difícil de fazer pois demanda muito recurso financeiro, recursos tecnológicos complexos, e, por esse motivo, é tão necessário atuar em rede, para que se possa encontrar sinergias entre todas as organizações que atuam no tema”, destacou Piccolo. No evento, Natali apresentou para a rede de pesquisadores presente as iniciativas da Conservação Internacional na área.
A região da Cadeia de Trindade Martim Vaz é de grande importância para a Conservação Internacional. Com atuação na região de Abrolhos há mais de 30 anos, a CI-Brasil atua na conservação e na sustentabilidade da pesca artesanal e industrial no território, além de contribuir para a segurança alimentar das comunidades locais e a economia azul. Em breve, a atuação visa ser ampliada para incluir uma abordagem ecossistêmica, priorizando a paisagem marinha de Abrolhos-Trindade. Nos próximos três anos, iniciativas na região serão apoiadas através de novos projetos e do fundo Abrolhos Terra e Mar, BNDES Corais e pela Blue Nature Alliance.
MAR PROFUNDO
Segundo os pesquisadores participantes e o INPO, existe uma lacuna no conhecimento do oceano profundo globalmente e o Brasil, que já realizou iniciativas na área, tem a oportunidade de promover mecanismos de pesquisa inovadores que posicionem o país entre os líderes mundiais no tema. Atualmente, o Brasil conduz pesquisas na Cadeia Vitória-Trindade apenas em águas superficiais, chegando a no máximo 200 metros de profundidade. "Precisamos conhecer e monitorar nosso oceano, da superfície até os mais escuros abissais. O workshop representa um passo crucial para mudar esse cenário, trazendo o que há de mais moderno para o estudo do mar profundo brasileiro", explica Janice Trotte-Duhá, diretora de Infraestrutura e Operações do INPO.
O encontro também discutiu a potencialidade de formar um Programa de Pesquisa em Mar Profundo no Brasil por meio do INPO. “O estudo do mar profundo no Brasil tem sido limitado pela falta de coordenação e recursos, resultando em esforços fragmentados entre instituições e universidades. A melhor abordagem é um trabalho coordenado, semelhante ao estudo do espaço” explica o Dr. José Angel Alvarez Perez professor e pesquisador da Universidade do Vale do Itajaí (Univali). Para ele, a iniciativa do workshop está avançando ao informar sobre o programa e reunir pesquisadores chave do Brasil e de outros países, promovendo uma colaboração mais eficaz.
CADEIA VITÓRIA-TRINDADE
A Cadeia Vitória-Trindade (CVT) é uma formação geológica submarina no Oceano Atlântico Sul, composta por cerca de 30 elevações geológicas no fundo do oceano que se estendem por aproximadamente 1.200 km, desde a costa do Espírito Santo até a Ilha da Trindade e o Arquipélago de Martim Vaz. Reconhecida por sua alta diversidade biológica, a CVT abriga uma rica variedade de espécies de corais e animais únicos que vivem na região, sendo uma importante área para a conservação, pesquisa científica e produção sustentável da biodiversidade no Atlântico Sul.
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