RESTAURAÇÃO DE PAISAGENS

Uma poderosa Solução baseada na Natureza e nas pessoas para enfrentar as crises do clima e da biodiversidade

 

O CONTEXTO

A conjuntura que vivemos pede ações urgentes. Eventos climáticos extremos estão cada vez mais frequentes, e a ciência é clara: as mudanças climáticas enfrentadas hoje são causadas por ações humanas, especialmente pela emissão de gases de efeito estufa. Os desafios são grandes e as soluções precisam ser robustas.

Nesse contexto, a restauração de paisagens aparece como uma das principais respostas à crise: representa metade do potencial da natureza para combater as mudanças climáticas. Além disso, Soluções baseadas na Natureza, como a conservação e a restauração de florestas, representam pelo menos 30% das ações necessárias para evitar os piores cenários climáticos.

A natureza é uma tecnologia disponível - e altamente escalável - para remover grandes quantidades de dióxido de carbono da atmosfera e, ao mesmo tempo, proporcionar uma série de benefícios adicionais para as pessoas, incluindo segurança hídrica e alimentar, redução do risco de desastres, oportunidades de emprego e bem-estar, entre outros.

Ao redor do mundo, há um bilhão de hectares de terras passíveis de restauração, sem comprometer a segurança alimentar das comunidades locais. Esse cenário abre caminho para concretizar os diferentes benefícios potenciais dessa solução.

No Brasil, a Conservação Internacional (CI-Brasil) lidera esse movimento por meio de diversas iniciativas, alinhando-se a compromissos globais como o Acordo de Paris e a Década das Nações Unidas para a Restauração de Ecossistemas.

 

 


 

 

O QUE É RESTAURAÇÃO DE PAISAGENS?

Recuperar a vegetação nativa em áreas que foram degradadas ou desmatadas é o que chamamos de restauração. Essa solução pode ser implementada a partir de diferentes técnicas, como o plantio direto de mudas ou a remoção do que está prejudicando a área, deixando a natureza fazer o seu trabalho de recuperação por conta própria.

 

 

POR QUE RESTAURAR?

A restauração contribui para melhorar a qualidade da água e do ar, reduzir os efeitos do calor urbano e regular fluxos hídricos, entre outros benefícios.

 

BENEFÍCIOS PARA O CLIMA

Sequestro de carbono

Durante a fotossíntese, as plantas capturam CO2 e o armazenam em formato de biomassa. Dessa forma, restaurar ecossistemas convertidos é uma das maneiras mais econômicas e eficientes de sequestrar significativas quantidades de carbono.

Controle da temperatura global

A restauração de paisagens é crucial para manter o aumento da temperatura média global abaixo de 1,5ºC e evitar um ponto de não retorno da Amazônia que pode levar à sua transformação em savana.

 

 

BENEFÍCIOS PARA AS PESSOAS

Retorno sobre investimento

Em média, cada dólar investido em restauração gerar US$10 em benefícios diretos e indiretos, demonstrando um retorno potencial substancial.

Geração de oportunidades

Projetos de restauração bem-sucedidos podem gerar até 2,5 milhões de empregos diretos no Brasil até 2030, impulsionando a economia e fortalecendo áreas rurais.

Redução de desastres climáticos

A restauração de florestas aumenta a resiliência das comunidades costeiras frente aos impactos das mudanças climáticas, como inundações.

 

 

BENEFÍCIOS PARA A BIODIVERSIDADE

Resiliência das espécies

A expansão dos habitats naturais cria condições favoráveis para a sobrevivência e reprodução de uma diversidade de espécies.

Proteção dos Ecossistemas Marinhos

A restauração florestal reduz o escoamento de nutrientes para áreas marinhas, ajudando a conservar recifes e bancos de algas.

 

 

 

 

DANDO ESCALA À RESTAURAÇÃO NO BRASIL

Desde 2017, estamos trilhando o caminho para maximizar esses benefícios a partir da restauração em larga escala na Amazônia, Mata Atlântica e Cerrado.

 

7 mil

hectares em processo de restauração

17.6 milhões

de mudas nativas plantadas

3.5 mil

empregos criados em comunidades locais

91.7 mil

toneladas de CO2 a serem removidas da atmosfera em 30 anos

 

 

 

 

NOSSAS METAS ATÉ 2025

 

100 mil

hectares em restauração até 2025

2 milhões

de pessoas beneficiadas no processo

1 milhão

de toneladas de CO2 removidas da atmosfera

 

 

 

 

Até 2030, a meta é ter 500 mil hectares em processo restauração no Brasil.

 

 

 

 

COMO FAZEMOS

ra alcançar esses resultados, nossa equipe altamente especializada colabora com governos, empresas, parceiros, coletivos de restauração e comunidades locais. A estratégia de restauração da CI-Brasil segue três abordagens principais:

 

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© CONSERVAÇÃO INTERNACIONAL / FLAVIO FORNER

PAISAGEM

Junto de parceiros e coletivos de restauração, coordenamos a implementação de projetos em áreas que podem gerar mais benefícios para as comunidades locais, a mitigação climática e a conservação da biodiversidade, combinando técnicas inovadoras com práticas tradicionais. Por meio de iniciativas como a Priceless Planet Coalition com a Mastercard, testamos e aprimoramos técnicas de regeneração natural assistida, semeadura direta e sistemas agroflorestais, entre outras.

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© CONSERVAÇÃO INTERNACIONAL / FLAVIO FORNER

POLÍTICA

Atuamos em colaboração com governos e instituições para criar um ambiente regulatório favorável à restauração em larga escala. Nesse nível estão as atividades mais abrangentes, que envolvem grandes territórios, regras e regulamentações, partes interessadas e o processo de tomada de decisão em nível subnacional ou nacional. O projeto Paisagens Sustentáveis da Amazônia (ASL), por exemplo, busca restaurar 28 mil hectares na Amazônia por meio de políticas públicas e financiamento internacional. O projeto é Coordenado pelo Ministério do Meio Ambiente e Mudança do Clima e executado pela CI-Brasil, pelo Fundo Brasileiro para a Biodiversidade (FUNBIO) e pela Fundação Getúlio Vargas (FGV), em parceria com instituições de Meio Ambiente nacionais e estaduais. Ele está inserido no Programa ASL Regional, financiado pelo Fundo Global para o Meio Ambiente (GEF) e implementado pelo Banco Mundial, que inclui projetos no Brasil, Bolívia, Colômbia, Equador, Guiana, Peru e Suriname. Juntos, visam melhorar a gestão integrada da paisagem na Amazônia.

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© CONSERVAÇÃO INTERNACIONAL / FLAVIO FORNER

MERCADO

Trabalhamos com o setor privado para promover a restauração como uma atividade econômica viável e sustentável. Nossas iniciativas estão relacionadas à cadeia de valor da restauração ou aos seus ativos, como capital e áreas, para financiar e fortalecer a restauração. Um exemplo é nosso papel como como Conselheira de Impacto do BTG Pactual Timberland Investment Group, fundo que gerencia 1,2 milhão de hectares de terras. Metade dessas áreas é dedicada ao reflorestamento sustentável e a outra metade à preservação, conservação e restauração. A CI-Brasil assegura que as aquisições de terras sigam critérios ambientais rigorosos e legais, além de apoiar práticas agrícolas de baixo impacto e emissões reduzidas de carbono.

 

 

ONDE ATUAMOS?

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CONHEÇA ALGUMAS INICIATIVAS

 

© © CONSERVAÇÃO INTERNACIONAL / FLAVIO FORNER
PRICELESS PLANET COALITION - PILOTO
A iniciativa Priceless Planet Coalition emprega um modelo de restauração florestal dedicado não apenas ao plantio, mas também à restauração de florestas em regiões geográficas que representam a maior necessidade global. No Brasil, mil hectares estão em restauração desde 2021 até 2025 na Amazônia e na Mata Atlântica, nos Estados da Bahia, Mato Grosso, Pará, Rondônia e Maranhão. Diferentes técnicas de restauração estão sendo aplicadas nas áreas, como plantio de mudas, nucleação, regeneração natural, semeadura direta ou muvuca (mistura de alta densidade de sementes dos principais grupos funcionais/ecológicos) e sistemas agroflorestais e silvipastoris. Esses projetos trazem benefícios diretos, como o ganho de biodiversidade e a geração de empregos (4 empregos para cada 10 hectares), bem como a melhoria da conectividade em locais como áreas protegidas em Rondônia e na Bahia e a proteção de nascentes.
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PRICELESS PLANET COALITION - FLAGSHIP ABROLHOS
A Conservação Internacional está ativamente envolvida na paisagem terrestre e marinha de Abrolhos, no Extremo Sul da Bahia, há mais de 20 anos. Abrolhos possui infraestrutura para restauração, capital humano, regulamentações e políticas de apoio à conservação. Também apresenta baixo risco de incêndios e desmatamento, e as partes interessadas estão envolvidas em iniciativas de restauração. Na região, a CI-Brasil mapeou as prioridades de restauração e investiu em áreas de restauração, acumulando conhecimentos valiosos e uma equipe dedicada. Esta fase da iniciativa Priceless Planet Coalition tem como objetivo restaurar 5 mil hectares de terras degradadas na Mata Atlântica até 2026. Isso envolve o plantio de 12,5 milhões de mudas de árvores em 5 mil hectares. Até junho de 2024, 2 mil hectares já foram contratados e outros 3 mil serão até 2025.
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PAISAGENS SUSTENTÁVEIS DA AMAZÔNIA
O projeto Paisagens Sustentáveis da Amazônia é coordenado pelo Ministério do Meio Ambiente, em parceria com as Secretarias Estaduais de Meio Ambiente dos estados do Acre, Amazonas, Pará e Rondônia, e com os órgãos federais Serviço Florestal Brasileiro (SFB) e Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio). O projeto é implementado pelo Banco Mundial, executado pela CI-Brasil e financiado pelo Fundo Global para o Meio Ambiente (GEF). Uma das metas do projeto é a restauração de 28 mil hectares, sendo 23,8 mil hectares de regeneração natural assistida e 4,2 mil hectares de restauração ativa.
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THE REFORESTATION STRATEGY
O BTG Pactual Timberland Investment Group (TIG) é uma divisão do BTG Pactual voltada para a gestão de ativos florestais. É um dos maiores e mais antigos gestores do mundo nesse campo, com cerca de US$ 4,5 bilhões em ativos e 1,2 milhão de hectares de terra sob sua gestão. O grupo adquire propriedades rurais e segue um modelo de negócios em que aproximadamente metade das terras adquiridas é usada para atividades de reflorestamento sustentável com florestas plantadas certificadas. A outra metade é dedicada à preservação, conservação e restauração florestal. A Conservação Internacional ocupa o papel de conselheiro de impacto na iniciativa avaliando de forma independente os critérios de impacto acordados com o The Reforestation Strategy (TRS). Cada aquisição de propriedade rural é avaliada com base em 14 critérios focados na redução dos impactos negativos e no cumprimento das normas legais.
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FLORESTA PARA O BEM-ESTAR
Financiada pelo Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) com recurso do Fundo Amazônia, a Conservação Internacional começa a executar em 2024 o projeto Floresta para o Bem-Estar. O projeto atua nos estados do Acre, Amazonas, Mato Grosso e Pará para promover a restauração de 1,5 mil hectares na Amazônia, fortalecer a cadeia da restauração capacitando agentes locais, sensibilizar para temas relacionados a restauração e monitorar com transparência a restauração e impactos socioambientais. A iniciativa trabalha na restauração de áreas degradas em Unidades de Conservação, Terras Indígenas e Áreas de Preservação Permanente e Reserva Legal de assentamento de reforma agrária e imóveis rurais de até quatro módulos fiscais até 2027.
© Luana Luna
AMAZÔNIA LIVE
O projeto realizado pelo Instituto Socioambiental - ISA no período de 2017-2021 teve como principal objetivo a implantação de 826 mil árvores no processo de restauração na região do Rio Xingu, no Mato Grosso. A iniciativa visou à restauração ecológica e à conexão de paisagens, por meio da recuperação de nascentes e matas ciliares, além da possibilidade de geração de renda na região pelo fortalecimento das redes locais de sementes. Foi realizado um esforço de mobilização e engajamento dos agricultores locais para tratar de passivos ambientais em Áreas Permanentes Privadas (APP), margens de rios e córregos. O projeto incluiu visitas técnicas, mapeamento e diagnóstico ambiental da área de restauração. A técnica utilizada foi a semeadura direta de sementes de espécies nativas, prática conhecida como "Muvuca". Para o monitoramento, foram implementados dois modelos: monitoramento expedito e monitoramento de parcelas permanentes.
© © CONSERVAÇÃO INTERNACIONAL / FLAVIO FORNER
PARCERIA PARA O BOM DESENVOLVIMENTO
Para reduzir as ameaças ambientais na fronteira agrícola do Matopiba (região formada pelos estados do Maranhão, Tocantins, Piauí e Bahia) e promover a produção sustentável, o projeto incentivou o cultivo em terras já convertidas ou degradadas, apoiou a criação e a implementação de áreas de conservação e incentivou a implementação do Código Florestal Brasileiro. No âmbito da parceria estabelecida com a Secretaria de Meio Ambiente do Estado da Bahia, as ações visaram à implementação do Código Florestal na região oeste da Bahia, em propriedades de grande porte. Esse processo ocorreu por meio do aprimoramento do sistema GeoBahia, um banco de dados geográfico que tem como objetivo sistematizar, integrar e possibilitar a análise de informações ambientais e socioeconômicas georreferenciadas para apoiar a gestão ambiental e a tomada de decisões. O registro dos dados espaciais permite a análise remota, agilizando o processo de fiscalização. Além disso, é possível gerar relatórios sobre a restauração de Áreas de Proteção Permanente (APP) e Reservas Legais, fortalecendo o processo de tomada de decisão, planejamento e execução de políticas para promover a restauração florestal. As melhorias dão suporte ao Estado para agilizar os processos administrativos, permitindo a recuperação do monitoramento da vegetação nativa degradada.