O surf não é só um esporte, é um estilo de vida com benefícios proporcionados gratuitamente pela natureza que contribuem para a saúde e qualidade de vida de pessoas e comunidades.
Existem pelo menos 30 milhões de surfistas no mundo e no Brasil são entre 5 e 7 milhões, sendo o surf considerado o 2º esporte mais praticado no país. São pessoas apaixonadas pelo esporte e dependentes de praias e oceanos saudáveis. Por isso, as comunidades de surf estão entre os maiores defensores do oceano e protegem os lugares que amam.
Guarda do Embaú, Itamambuca e Fernando de Noronha são exemplos de centenas de locais no Brasil onde temos o casamento de ondas de qualidade para o surf e ecossistemas costeiros e marinhos ricos em biodiversidade e relevantes para as economias locais. Por outro lado, atualmente muitos dos melhores picos de surf estão em áreas onde recifes de corais, florestas e restingas estão criticamente ameaçados seja pela expansão urbana, pesca predatória, poluição ou pelas alterações climáticas.
Os dados:
Entre 5 e 7 milhões de surfistas no Brasil
3 de 7 pessoas dependem de frutos do mar como principal fonte de proteína
2º esporte mais praticado no Brasil
44% da população mundial vive a 150 quilômetros do oceano
Mas qual a atual situação dos oceanos?
Os oceanos são a origem e a base de toda a vida no planeta – e estão criticamente ameaçados. O aumento sem precedentes do nível do mar e o aquecimento das águas causados pelas mudanças climáticas estão entre os impactos indicados por um recente relatório das Nações Unidas. Até o final do século, mais mares do mundo poderão estar mais quentes e mais ácidos – com implicações para a vida marinha, o clima da Terra e a segurança alimentar de bilhões de pessoas.
É preciso agir para evitar que os alertas da comunidade científica se tornem realidade. Precisamos proteger pelo menos 30% dos oceanos do mundo para que possamos contar com a produção de alimentos, manutenção e ampliação do lazer, estabilidade climática e ecossistemas saudáveis. Mobilização de pessoas, empresas e governos para ações de planejamento, gestão e monitoramento visando a proteção e uso sustentável de ecossistemas costeiros e marinhos são fundamentais para alcançarmos este objetivo.
A solução:
SURF COMO UM VETOR DE TRANSFORMAÇÃO DA ZONA COSTEIRA
Considerando o potencial do surf como vetor para a conservação e desenvolvimento econômico da costa brasileira, a CI-Brasil e o Instituto APRENDER Ecologia uniram forças na parceria Ecossistemas de Surf Brasil para ampliar a conservação marinha, mobilizando as comunidades de surf no Brasil. A parceria une a expertise da CI-Brasil na criação de áreas protegidas marinhas e a experiência do Instituto APRENDER Ecologia em aliar o esporte à conservação protegendo ondas icônicas e ecossistemas. Reservas de surf são áreas definidas pelas comunidades locais, reconhecidas nacionalmente e destinadas a valorização e conservação de ecossistemas de surf icônicos. Assim, enquanto os surfistas protegem os lugares que amam e dos quais muitos dependem economicamente, expandimos a conservação dos oceanos com apoio da sociedade local.
O Programa Brasileiro de Reservas de Surf tem como missão criar Reservas de Surf para proteger ondas icônicas e contribuir para a conservação e o desenvolvimento sustentável da costa brasileira por meio do engajamento da comunidade interessada na proteção e uso sustentável dos ecossistemas costeiros e marinhos ligados à cultura do surf.
NOSSOS OBJETIVOS
- Criar e implementar uma rede de Reservas de Surf no litoral brasileiro, criando uma Reserva de Surf por ano;
- Fomentar o protagonismo da comunidade do surf na conservação e gestão de ecossistemas marinhos e costeiros;
- Promover um modelo de gestão inovador focado na sustentabilidade de ecossistemas de surf para as presentes e futuras gerações;
- Fortalecer a implementação de políticas públicas e instrumentos de proteção e gestão da zona costeira.
Parceria com World Surf League (WSL) pela conservação dos oceanos e da costa brasileira
Da marolinha ao swell perfeito, a prática do surfe depende de ecossistemas marinhos e costeiros saudáveis. Mas muitos picos de surfe estão em áreas onde a natureza está ameaçada pelo lixo, pela crise climática e sobrepesca. Em Saquarema (RJ), as ondas icônicas da praia de Itaúna, uma das mais emblemáticas do Brasil, não estão imunes a essa realidade.
Em 2023, fomos contemplados com recursos do WSL One Ocean para desenvolver ações locais de conservação costeira e marinha durante a etapa brasileira da Liga Mundial de Surfe (WSL, na sigla em inglês).
- Promover uma ação de limpeza e plantio de mudas de mangue na Lagoa de Saquarema, ecossistema fundamental para as ondas icônicas da praia de Itaúna;
- Implementar uma solução experimental de barreiras de fluxo para combater a poluição da água;
- Realizar atividades educativas para 40 alunos de uma escola municipal sobre a importância da lagoa e dos ecossistemas locais para a preservação da arrebentação de renome mundial;
- Reunir pela primeira vez o Conselho Estratégico do Programa Brasileiro de Reservas de Surf formado por especialistas em surf como Ivan Martinho (WSL) e Carlos Burle (Bicampeão Mundial de Ondas Grandes). O grupo será responsável por desenhar os próximos passos para a implementação do Programa de Reserva de Surf Brasileiro.
ACESSE O FACTSHEET