CONSERVAR A NATUREZA PELO CLIMA
Para evitar danos irreversíveis aos sistemas do planeta que dão suporte a toda a vida na Terra, a humanidade precisa emitir menos gases de efeito estufa que agravam a crise climática, incluindo o dióxido de carbono e, ao mesmo tempo, remover o excesso de carbono da atmosfera. Essas mudanças exigem uma transição urgente e em grande escala para fontes de energia limpas e renováveis.Mas mesmo que o planeta pare de usar combustíveis fósseis completamente, não conseguiremos evitar a crise climática se a destruição de ecossistemas que absorvem e armazenam carbono – como florestas, manguezais, entre outros - não parar.
Em outras palavras: não importa o que aconteça, se não conservarmos e restaurarmos a natureza, não conseguiremos evitar o colapso do clima.
OS FATOS
Atualmente, as soluções baseadas na natureza para as mudanças climáticas recebem apenas 3% do financiamento global para o clima.
Soluções baseadas na natureza estão no centro do nosso trabalho. Essas ações preservam, restauram e melhoram o uso ou manejo dos ecossistemas, mantendo a capacidade de absorver e armazenar carbono da atmosfera. A natureza pode nos dar pelo menos 30% das soluções para mitigar os efeitos da crise climática, ao mesmo tempo que fornece uma série de benefícios adicionais - água doce, ar respirável, alimentos, remédios - que outras soluções para a mudança climática não oferecem.
E o melhor: a natureza pode fazer isso agora, de graça.
OBJETIVOS GLOBAIS
Onde precisamos estar em 2030?
Cientistas que lideram pesquisas sobre o clima, identificaram as necessidades globais até 2030:
1) Evitar a destruição de ecossistemas com alto teor de carbono e com isso evitar a emissão de 5 gigatoneladas de dióxido de carbono (CO2) por ano.
2) Remover 5 gigatoneladas adicionais de CO2 por ano por meio da restauração e gestão sustentável das paisagens que servem como “sugadores de carbono” naturais.
Nossa estratégia tem o objetivo de garantir que a natureza tenha valor em pé, conservada. No Brasil, as taxas de desmatamento na Amazônia continuam crescendo e chegaram em 2020 ao número mais alto desde 2008. Para mudar esse cenário, queremos construir uma economia sustentável, por meio de inovação em ciência e finanças, em colaboração e parceria com organizações da sociedade civil, empresas, governos, povos indígenas e comunidades locais.
A Conservação Internacional:
- Trabalha com empresas e governos para minimizar o desmatamento, enfrentando suas maiores causas, em especial a expansão agrícola predatória.
- Identifica e mapeia ecossistemas de alto teor de carbono, como manguezais, turfeiras tropicais e florestas tropicais antigas que, uma vez perdidas, são especialmente difíceis de serem substituídas.
- Alavanca o financiamento filantrópico orientando investimentos públicos e privados para iniciativas como REDD+ (Redução de Emissões por Desmatamento e Degradação Florestal), uma abordagem apoiada pela ONU para combater a mudança climática através da conservação das florestas.
- Desenvolve métodos para aumentar o retorno do investimento em restauração florestal, tornando-o mais atraente para governos e investidores privados.
- Apoia as comunidades locais e indígenas para conservar as florestas em suas terras.
- Integra e maximiza o papel da natureza para alcançar as metas climáticas em ações nacionais e internacionais.
Nossas metas até 2025:
Restaurar pelo menos 100 mil hectares na floresta amazônica e atlântica promovendo o sequestro de 30 milhões de toneladas de CO2.
Apoiar a implementação de planos de vida e planos de manejo de comunidades indígenas e áreas protegidas da Amazônia para conservar pelo menos 10 milhões de hectares de ecossistemas insubstituíveis.
Trabalhar em parceria com fazendeiros na Amazônia e no Cerrado para melhorar a gestão da terra e reduzir as causas agrícolas de desmatamento em pelo menos 100 mil hectares.
Carbono Irrecuperável
Para evitar as consequências da crise climática, existem lugares no planeta que não podemos nos dar ao luxo de destruir. Estes ecossistemas contêm mais de 260 bilhões de toneladas de "carbono irrecuperável" armazenado em mangues, florestas e oceanos. Se perdidas, estas gigantescas reservas de carbono seriam impossíveis de serem recuperadas até meados do século, que é quando o mundo precisa atingir emissões líquidas de carbono igual a zero.
Cientistas da Conservação Internacional estão liderando uma equipe de especialistas de renome global para determinar onde estão esses estoques de carbono, se eles estão ameaçados pelas atividades humanas e quão rapidamente os estoques poderiam ser recuperados se perdidos - criando um mapa global de carbono irrecuperável nos ecossistemas da Terra.
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