Fazer negócios crescendo florestas: Brazil Climate Summit reúne empresas com propostas para restauração de paisagens

Modelo pioneiro no Brasil, concessão florestal apoiado pela Conservação Internacional é apresentado em debate sobre a revitalização de ecossistemas florestais 

Nova York, 20 de setembro de 2024 – A Conservação Internacional (CI-Brasil) iniciou suas ações em Nova York no dia 20 de setembro, antecedendo a abertura oficial da Semana do Clima de Nova York (NYCW). Em um evento fechado dentro da agenda do Brazil Climate Summit, na Universidade de Columbia, a CI-Brasil participou do evento Roundtable on Forest Restoration in Brazil. Com especialistas do setor privado, organizações da sociedade civil e representantes do governo, o evento discutiu sobre a importância de considerar a restauração como um investimento que vai além do carbono, levando em consideração os impactos climáticos, biodiversos, socioeconômico e financeiros. 

O encontro reuniu participantes majoritariamente do setor privado e contou com dois objetivos principais: ampliar a comunicação entre os grupos que ofertam projetos de restauração florestal e os responsáveis por políticas públicas; e facilitar a discussão da formulação de reflexões e caminhos estratégicos para a restauração sustentável das florestas. 

“Em um evento sobre restauração com foco em investimentos, a restauração desponta como uma solução com impacto socioeconômico que potencializa o clima, com retorno para comunidades e também para investidores” destaca Mauricio Bianco, vice-presidente da Conservação Internacional. “Investir em Soluções Baseadas na Natureza, ou seja, investir em soluções que aumentam o armazenamento de carbono e/ou evitam as emissões de gases de efeito estufa, podem oferecer 30% das soluções de mitigação climática necessárias para estabilizar o aquecimento do planeta abaixo de 2 °C e são fundamentais na adaptação às mudanças que já são realidade, além do potencial de retorno financeiro” conclui Bianco. 

Um exemplo dessas propostas, com possibilidade de gerar restauração em escala por meio de créditos de carbono foi apresentado na ocasião, sendo a primeira iniciativa de concessão para restauração no Brasil executada na Floresta Nacional (Flona) do Bom Futuro, em Rondônia. A Conservação Internacional apoiou Serviço Florestal Brasileiro (SFB) nos estudos preliminares da iniciativa, por meio do projeto Paisagens Sustentáveis da Amazônia (ASL Brasil). O projeto, que visa garantir uma gestão integrada da paisagem, é coordenado pelo Ministério do Meio Ambiente e Mudança do Clima (MMA) e financiado pelo Fundo Global para o Meio Ambiente (GEF).  

Renato Rosenberg, Diretor de Concessão Florestal e Monitoramento do Serviço Florestal Brasileiro (SFB) apresentou o modelo e os potenciais de retorno social, financeiro e climático que a iniciativa pioneira no Brasil oferece. “Pudemos apresentar a carteira de curto e médio prazo das concessões de restauração do Serviço Florestal Brasileiro para um público grande, formado principalmente por investidores do mercado de restauração e potenciais compradores internacionais dos créditos de carbono associados”, afirma Rosenberg. 

De acordo com o Serviço Florestal Brasileiro (SFB), além da restauração florestal, estima-se que a concessão vai gerar cerca de 540 empregos diretos e 410 indiretos, além de investir R$ 1,17 milhão por ano em melhorias na Flona e seu entorno. Outros R$ 589 mil anuais serão destinados à conservação, pesquisa e infraestrutura para a comunidade local. A concessão de restauro da Flona do Bom Futuro tem o potencial de se tornar um exemplo significativo de reversão da degradação ambiental, promovendo a restauração total das áreas afetadas. 

Ainda no mesmo dia, duas publicações foram lançadas durante o evento, o primeiro material, intitulado "Ações Pré-Competitivas Empresariais em Restauração Florestal no Brasil”, concentra-se no reflorestamento com espécies nativas, destacando os desafios e as oportunidades nesse campo. Já o segundo, “Uma Contribuição para o Reflorestamento com Espécies Nativas no Brasil”, explora o assunto como uma ferramenta essencial na mitigação das mudanças climáticas e melhorar a qualidade ambiental global.    

Sobre o Brazil Climate Summit 

Em sua terceira edição, a cúpula climática busca impulsionar o Brasil como provedor de soluções sustentáveis, capazes de ajudar investidores e lideranças corporativas dos EUA e de todo o mundo a reduzirem suas emissões de carbono.  

O evento, que antecede a Semana do Clima de Nova York, busca é uma plataforma de promoção, relacionamento e conhecimento que conecta investidores e empresas globais às soluções climáticas brasileiras. Mais de 600 pessoas participaram das discussões sobre essas oportunidades de negócio, usando as vantagens competitivas brasileiras para a descarbonização do planeta, na prática. 

Sobre o Paisagens Sustentáveis da Amazônia (ASL Brasil)  

Visando reverter o cenário da crise climática e contribuir com a conservação, o manejo e a restauração da Amazônia, o Ministério do Meio Ambiente e Mudança do Clima (MMA) coordena o Projeto Paisagens Sustentáveis da Amazônia (ASL Brasil), executado pela Conservação Internacional (CI-Brasil), Fundo Brasileiro para a Biodiversidade (Funbio) e Fundação Getúlio Vargas (FGV Europe), em parceria com Instituições de Meio Ambiente Nacionais e Estaduais.     

O ASL Brasil se insere no Programa Regional ASL, financiado pelo Fundo Global para o Meio Ambiente (GEF) e implementado pelo Banco Mundial (BM), que inclui projetos no Brasil, Bolívia, Colômbia, Equador, Guiana, Peru e Suriname. Juntos, visam melhorar a gestão integrada da paisagem na Amazônia.