Ponto de não retorno da Amazônia é tema de evento promovido pela Conservação Internacional na Semana do Clima de Nova York

setembro 24, 2024

Ponto de não retorno da Amazônia é tema de evento promovido pela Conservação Internacional na Semana do Clima de Nova York

 

Com participação da secretária nacional do clima, Ana Toni, e dos líderes indígenas Tashka e Laura Yawanawá, evento promovido pela Conservação Internacional ocorreu nesta terça-feira, 24 de setembro.

Nova York, 24 de setembro de 2024 - A Conservação Internacional promoveu nesta terça-feira, 24, durante a Semana do Clima de Nova York uma recepção para convidados. Tendo o ponto de não retorno da Amazônia como tema principal, o evento contou com a participação da Secretária Nacional de Mudança do Clima do Ministério do Meio Ambiente e Mudanças Climáticas do Brasil, Ana Toni, dos líderes indígenas Tashka e Laura Yawanawa e da Vice-Presidente Executiva dos Programas de Campo global da Conservação Internacional, Daniela Raik.

Em seu discurso de abertura, Daniela Raik abordou a crise que ameaça a Amazônia e suas populações. Os focos de incêndio e seca agravada pela crise do clima têm colocado em risco a saúde da população e aproxima a Amazônia do chamado ponto de não retorno. Para Raik, a COP 30, que será realizada em 2025 em Belém - PA, é uma oportunidade decisiva para impulsionar ações coletivas e coordenadas de conservação da floresta e reforçar o compromisso de líderes globais com ações ousadas para evitar consequências devastadoras para o clima e para as pessoas.

A Secretária Nacional de Mudança do Clima, Ana Toni, reforçou a urgência de acabar com o desmatamento e de acelerar os esforços de restauração de paisagens como parte central da resposta à crise climática. Ela destacou a necessidade de soluções financeiras inovadoras e cadeias de suprimentos responsáveis, que coloquem as comunidades indígenas e locais no centro dessas ações.

O encontro contou também com a participação dos líderes indígenas Tashka e Laura Yawanawá. Ambos alertaram sobre os graves impactos da seca e dos incêndios que assolam as comunidades indígenas no Brasil e destacaram que, embora não sejam responsáveis pelos danos ambientais, os povos indígenas são cruciais para as soluções de conservação. O conhecimento ancestral e a profunda conexão dos indígenas com a terra foram apresentados como ativos essenciais no enfrentamento das crises do clima e da biodiversidade. A CI-Brasil e os Yawanawá têm projetos em parceria que buscam o fortalecimento institucional, cultural, monitoramento e proteção territorial, entre outras frentes.

 

O evento reforçou que a colaboração entre governos, setor privado e povos indígenas é essencial para garantir a conservação da Amazônia e o desenvolvimento sustentável de suas comunidades, além de destacar o papel crítico da COP 30 como um momento de ação global.

O PONTO DE NÃO RETORNO

Durante milênios, a floresta amazônica prosperou em um ciclo interminável de chuvas, sustentado por bilhões de árvores que reciclam a água de volta para a atmosfera. Porém, à medida que mais árvores são derrubadas, a floresta está perdendo sua capacidade de reter a umidade. Se esse ciclo de destruição continuar, a floresta tropical será levada a um ponto de não retorno, transformando-se gradualmente em uma savana seca.

Os especialistas alertam que isso pode desencadear consequências catastróficas, incluindo a perda de culturas indígenas e dos meios de subsistência da Amazônia, além de um declínio maciço da biodiversidade.

 

Contatos para imprensa

Inaê Brandão – Coordenadora de Comunicação
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