Florestas e desafios compartilhados
O Escudo das Guianas é uma região situada ao norte do continente sulamericano e se distribui entre Brasil, Guiana Francesa, Suriname, Guiana e parte da Venezuela. Em território brasileiro o Escudo das Guianas abrange parte do estado do Amazonas (norte), parte do Pará (Calha Norte) e os estados de Roraima e Amapá.
É uma região caracterizada simultaneamente por altos níveis de endemismo de biodiversidade e alta vulnerabilidade social e ambiental devido à ocupação desordenada, intensificação da agricultura e dos grandes investimentos de infraestrutura de transporte e energia.
Esses desafios de compatibilização das pressões do desenvolvimento econômico com a proteção da floresta são comuns entre os países que compõem o Escudo das Guianas e por vezes políticas públicas de um país geram efeitos nocivos nos países vizinhos.
Governança para a prosperidade
A porção brasileira do Escudo das Guianas - em especial nos estados de Roraima, Pará e Amapá - apresenta grande parte do território sob alguma forma de proteção formal, sejam unidades de conservação ou terras indígenas. No entanto, muitas dessas áreas ainda carecem de implementação adequada, com significativas lacunas de infraestrutura e governança.
A CI-Brasil acredita que o alto grau de proteção formal do território do Escudo das Guianas é uma grande oportunidade para demonstração da contribuição das áreas protegidas para a prosperidade humana, seja através da preservação de biodiversidade e serviços ecossistêmicos, seja através da geração de riqueza de modo sustentável.
Além disso, a região apresenta grande potencial para estabelecimento de parcerias estratégicas com os países vizinhos, especialmente aqueles onde a CI possui programas estabelecidos, como Guiana e Suriname. O desenvolvimento de abordagens transfronteiriças de conservação é uma importante meta para o trabalho na região do Escudo das Guianas.
Nosso objetivo
Contribuir para o aprimoramento da governança territorial na região, especialmente visando maior efetividade das áreas protegidas para conservar capital natural e produzir riquezas de modo sustentável, para prosperidade e bem-estar da população.
Nossa estratégia
- Apoiar a concepção e implementação de estratégias para a sustentabilidade financeira e para o desenvolvimento socioeconômico e ambiental da região, em especial na criação de fundos para implementação de unidades de conservação;
- Apoiar a concepção e implementação de iniciativas de Pagamento por Serviços Ambientais (PSA) na região;
- Fortalecer o extrativismo madeireiro e não-madeireiro como atividade econômica viável na redução e controle do desmatamento e da redução de pobreza, por meio da estruturação e diagnóstico das cadeias produtivas do pescado, do açaí e da madeira, da concepção de planos de negócios e do estabelecimento dos arranjos produtivos locais;
- Fortalecer a capacidade técnica na região, visando a qualificação de pessoal para compor uma gestão que vise o desenvolvimento sustentável, a conservação e uso da responsável da biodiversidade, bem como fortalecer a governança social, política e jurídica da região;
- Contribuir para a cooperação transfronteiriça por meio da identificação e difusão de desafios e oportunidades, compartilhamento de experiências e desenvolvimento de programas e projetos em temas de governança territorial, gestão de recursos hídricos e monitoramento do desmatamento;
- Apoiar a Integração e fortalecimento das estratégias/mecanismos de monitoramento da biodiversidade com foco no mapeamento de áreas de alto risco e ameaças à biodiversidade, visando subsidiar a tomada de decisão dos atores políticos na região.