O Cerrado brasileiro é a savana mais biodiversa do mundo e está ameaçado por grandes áreas sendo desmatadas para agricultura e pecuária.
"Muitos presumem que a floresta amazônica é o ecossistema mais ameaçado do Brasil, mas, na realidade, o Cerrado está ainda mais ameaçado. Enquanto a Amazônia perdeu cerca de 13% de sua área, o tamanho total do Cerrado foi reduzido pela metade," afirma Rachel Biderman, vice-presidente da Conservação Internacional nas Américas.
O "Projeto Alfa" - uma fazenda no Mato Grosso do Sul com a área total de 24 mil hectares, tendo sido 17 mil hectares degradados para a criação de gado, é onde está criando raízes um novo modelo de conservação. A iniciativa, concebida pelo BTG Pactual Timberland Investment Group (TIG), onde a Conservação Internacional atua como conselheiro de impacto, propõe um novo método para financiar a conservação e restauração na América do Sul. Reunindo os pilares da conservação, restauração e produção, aliados a boas práticas, temos como resultado a iniciativa que combina silvicultura tropical comercial com restauração florestal com espécies nativas.
"É fácil fazer um julgamento precipitado sobre o plantio de plantações não nativas em qualquer lugar fora de sua área de distribuição", diz Will Turner, cientista da Conservação Internacional. "Mas esse é um compromisso muito sério para melhorar a forma como gerenciamos a natureza dentro de propriedades privadas - é um modelo para o futuro."
"É fácil fazer um julgamento rápido sobre o plantio de espécies exóticas em qualquer lugar fora de sua área de distribuição", disse Turner, cientista da Conservação Internacional. "Mas esse é um compromisso muito sério para melhorar a maneira como gerenciamos a natureza em propriedades privadas. É um modelo do futuro."
Nos próximos anos, o TIG irá plantar, conservar e restaurar cerca de 275 mil hectares de terras degradadas na América do Sul, capturando 32 milhões de toneladas métricas de carbono que aquecem o clima - o equivalente a tirar 7 milhões de carros das ruas.
Metade da área será restaurada de volta ao seu estado natural e protegida. A outra metade será plantada com espécies comerciais, como o eucalipto. Não se trata apenas de uma troca, em que as atividades comerciais financiam a conservação - a abordagem representa um sistema unificado em que a restauração da natureza proporciona valor agregado aos investidores por meio da venda de créditos de carbono, enquanto a receita da madeira certificada de forma sustentável financia o monitoramento e a proteção do Cerrado.
As áreas nativas estão se regenerando rapidamente, o que tem impactado positivamente a vida silvestre na região. Em 2023 foram avistados no "Projeto Alfa" javelinas , tamanduás-bandeira e pelo menos um puma esquivo.
"Estamos na linha entre a produção econômica e a proteção ambiental", diz Turner. "É um ato de equilíbrio que pode levar a resultados positivos para as pessoas e a natureza nesta região."
Reconhecimento internacional
• Em abril de 2023, a Casa Branca anunciou que o Development Finance Corporation (DFC) dos Estados Unidos está trabalhando em um investimento de US$ 50 milhões na estratégia de reflorestamento do TIG na América Latina
• Em junho de 2023, a iniciativa ganhou o prêmio Environmental Finance’s Sustainable Investment Award para investimento em ESG
• Em dezembro de 2023, o projeto recebeu o prêmio Impact Awards 2023 da Environmental Finance na categoria Projeto/investimento de impacto - biodiversidade e ecossistemas.
DESTAQUES DO IMPACTO EM 2023
6.3 mil
hectares sob proteção
2.5 mil
hectares restaurados
3.6 milhões
de árvores plantadas
383
quilômetros de córregos com reforço na conservação
319
espécies identificadas (flora e fauna)
1
espécie ameaçada de extinção identificada
133
empregos de tempo integral
45
pessoas alcançadas por meio de projetos de engajamento comunitário
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E ENTENDER POR QUE ESSA ABORDAGEM É PROMISSORA